quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Foto: Michele Santos
Flávia Forni

Elas separam no mínimo duas horas na semana para se jogarem em uma paixão: o futebol. E não tem nada a ver com as pernas do Cristiano Ronaldo ou os olhos azuis do Piqué. Essas meninas são apaixonadas pelo esporte mesmo e, principalmente, por seus respectivos times do coração. Já sofreram muito preconceito por amar o futebol, já ouviram muitas piadas machistas e sim, elas sabem o que é impedimento.

Existem mulheres que gostam e entendem de futebol e não apenas dos jogadores galãs, embora seja permitido e entendido babar quando o Kaká entra em campo. Mas para essas meninas que você vai conhecer agora, futebol é paixão e loucura e tem um espaço especial na vida delas.

Vanessa Polo Frioli, estudante de jornalismo, é apaixonada pelo Corinthians e sempre dedica um pouco do seu tempo para o Timão. Por mais que ela goste de acompanhar outros campeonatos, ver o jogo do Corinthians, nem que seja os melhores momentos no dia seguinte pela internet é lei.

A estudante afirma que a paixão pelo esporte está no sangue. Seu pai já foi goleiro e seu tio é fanático pelo Corinthians. Inclusive os pais dela desconfiam que o amor de Vanessa teve influência do tio.

O amor de Vanessa pelo Corinthians está gravado em sua pele. Sim, a futura jornalista tem uma tatuagem do alvinegro na nuca. E aí está uma boa história. Quando tinha 14 anos, Vanessa, agora com 25, viu o time do coração ser desclassificado nas oitavas de final da Copa Libertadores. Para as desavisadas, esse é simplesmente o principal campeonato do continente americano. Ela ficou tão arrasada que prometeu que quando o Timão vencesse o torneio ela faria uma tatoo em homenagem.

Foi preciso nove anos para que Vanessa pudesse cumprir a promessa. Em julho de 2012 o Corinthians foi campeão da Libertadores pela primeira vez na história e a estudante não titubeou e escreveu o nome do time na pele. “As pessoas me chamaram de louca, falaram que eu ia me arrepender, mas sei que não vou. O Corinthians é muito especial para mim. Se der coragem, ainda faço outra”, jura.

A analista comercial Gabriela Domingos Zamian sempre se dizia torcedora do Palmeiras, mas em 2008, quando seu pai a levou para assistir a um jogo na Vila Belmiro, em Santos, ela teve certeza do forte sentimento que tinha pelo clube.

Como trabalha e estuda, Gabi já não tem o mesmo pique de antes para acompanhar o esporte, mas ela ressalta que embora algumas prioridades tenham mudado, o amor pelo time continua o mesmo, ou até maior.

A relação de Gabi com o Palmeiras é tão incrível que ela até fez amizade com um ex-jogador do clube. Cleiton Xavier, que atualmente joga no Metalist Kharkiv, da Ucrânia, pode não ser muito badalado por aqui mas, durante sua passagem pelo Verdão nas temporadas 2009/2010, o jogador tornou-se um ídolo para Gabi, que até mantinha um fotolog em homenagem ao atleta e esforçava-se para deixá-lo sempre atualizado, acompanhava todas as notícias nos sites esportivos, além de ter chorado demais quando ele saiu do clube. Mas tanto amor e esforço foram recompensados. Acredite se quiser, mas ela e o Cleiton viraram amigos. “Com o tempo, tive que me desfazer do fotolog, parar de seguir a vida profissional dele, mas somos amigos até hoje e, claro, continuo torcendo muito por ele”, declara.

Outra palmeirense apaixonada é a estudante de jornalismo Amanda Bogo Rodrigues, que embora tenha memória do título do Verdão na Libertadores de 1999, afirma que começou a gostar e acompanhar o futebol em 2003, quando tinha apenas 10 anos e o time jogava pela série B do Campeonato Brasileiro.

Amanda diz que gosta do futebol de um modo geral e de acompanhar os campeonatos europeus, mas sua paixão é mesmo o Palmeiras. A estudante é daquele tipo de torcedora que grita, chora e xinga, sabe? “Independentemente se estou assistindo ao jogo em casa ou em um lugar público onde as pessoas ficam me olhando, já passei esse tipo de vergonha”, admite.

A futura jornalista, também sempre teve um ídolo no futebol: o goleiro Marcos, que jogou praticamente toda a carreira no Verdão e foi pentacampeão com a seleção brasileira em 2002. O cara é querido e respeitado não só por palmeirenses, mas também por torcedores dos clubes rivais. E este ano Amanda teve a chance de conhecer e entrevistá-lo durante o tour da Taça da Copa do Mundo no começo do ano promovida por uma empresa de bebidas. Ela conta que Marcão é super humilde e fofo e não a tratou de forma diferente por ela estar lá como estudante de jornalismo. “Eu vou me lembrar desse dia para sempre, foi uma experiência incrível, foi a realização de um sonho”, reconhece.

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