quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Foto: Gabriel Valera
Michele Santos

Não é segredo para ninguém que relacionamentos perfeitos não existem. Quando duas pessoas diferentes se juntam, mesmo que tenham um propósito em comum, problemas surgem e podem transformar toda uma vida de resoluções conjuntas em um verdadeiro caos. Apesar de vários fatores poderem servir de estopim para uma catástrofe, segundo a pesquisa realizada pelo Lipstick, o maior deles, sem dúvida, e o ciúme.

Há quem diga que o ciúme está diretamente ligado à falta de confiança e é justamente este pensamento que desencadeia tantas brigas. A psicóloga Denise Yalmanian discorda. “Existem dois tipos de ciúmes: o normal e o patológico. O normal é aquele sentimento de preocupação com outro, o leve medo de perder a pessoa, ou seja, ela valoriza o parceiro e o parceiro percebe isso. Já no ciúmes patológico, o doentio, a pessoa ciumenta perde o referencial do mundo real e faz do parceiro o centro de seu mundo, ou seja, tudo o que diz respeito ao parceiro pertence ao ciumento. É aí que começam os comportamentos obsessivos, invasivos e, consequentemente, destrutivos”.

Em um relacionamento há dois anos e nove meses, a estudante de Publicidade e Propaganda Adriana Suart é ciumenta assumida. “Antes eu era ciumenta em um nível 10, hoje sou 6”. A estudante conta que já leu conversas da namorada no Facebook e sempre foi muito encanada com o uso do celular. “Hoje em dia ela nem coloca mais senha”, conta. Ciumenta em um nível 8, a advogada Desirée Isabel conta que o ciúme já quase acabou com seu namoro de seis meses. “Nós namoramos a distância, então é ainda mais difícil”. Apesar de sentir muito, Desirée raramente exterioriza seu sentimento. “Eu guardo muito. Uma vez mexi no Whatsapp dele, com o consentimento e tudo, mas depois me senti muito mal”, revela. Denise afirma que o ciúme está diretamente ligado à insegurança do ciumento e que, muitas vezes, nada tem a ver com falta de confiança.

O QUE FAZER
A psicóloga Denise Yalmanian confirma que o ciúme, patológico ou não, tem solução. “São opções. Nós chamamos isso de criar estratégias de enfrentamento”. O primeiro passo é o autoconhecimento que, por si só, faz o indivíduo se sentir mais seguro de suas capacidades, habilidades, sentimentos e limitações. “A terapia é o meio mais seguro para chegar no autoconhecimento, mas tem gente que não precisa. Existem pessoas que conseguem atingir isso na roda de amigos, ou com apoio familiar ou até mesmo sozinho com suas próprias leituras, pesquisas e reflexões”.

A estudante de Direito Camila Cristina sempre foi muito ciumenta, mas percebeu que suas atitudes poderiam acabar com seu relacionamento. “Eu odiava que ele saísse sem mim, então ficava ligando muito, já mexi em celular, já fiz tudo, mas percebi que aquilo ia acabar com meu namoro”. A estudante conta que além de fazer mal para o relacionamento, estava fazendo mal para si mesma, afinal, seu pensamento estava sempre no namorado e isso acabava prejudicando-a. “A solução foi desviar o meu foco. Voltei para a academia, comecei a ler muito mais que lia antes, assistia a muitos filmes e comecei a relevar algumas coisas. Pensei que se eu não mudasse, meu relacionamento terminaria. Era difícil porque ele mora em outra cidade, mas a partir da minha mudança, nosso namoro melhorou também”.

OCUPE-SE
Para desligar o seu pensamento do parceiro e ter uma vida melhor e mais tranquila, foque-se no que é realmente importante. O Lipstick fez uma lista de pequenas ações que farão toda a diferença na sua qualidade de vida.

- Pratique exercícios físicos
Academia, luta, corrida, caminhada... Qualquer exercício que mexa com seu corpo é um forte aliado para o bem-estar físico e mental. Toda atividade física é fundamental para a sensação de tranquilidade, proporcionada pela liberação de endorfina.

- Estude
Sabe aquela vontade antiga que você tinha de aprender italiano? Então! Estude e dedique suas energias para algo que lhe fará bem e te tratá retorno, seja ele pessoal ou profissional.

- Leia mais
Toda a sua roda de amigos só comentam sobre um livro? Que tal aproveitar o tempo que destinava investigando a vida do namorado, para se interar nessa nova aventura distópica que todo mundo vem comentando?

Fonte: Eliana Lalucci

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