quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Foto: Patrícia Domingos
Patrícia Domingos 

Que ser mãe é o sonho de quase todas as mulheres, isso todo mundo já sabe. Mas e quando isso acontece antes do planejado? Com menos de 25 anos e sem expectativa nenhuma voltada para a maternidade, Bruna Frugeri, Gabriela Sanches e Victoria Mezêncio contam como passaram pela gestação, enfrentaram o preconceito e tiraram de letra a tarefa dificílima de ser mãe.

Aos 21 anos, a estudante Gabriela é mãe de Davi, de 1. Atualmente, os dois são só alegrias mas quem vê assim não imagina o choque que ela passou ao descobrir que estava grávida somente na 23ª semana de gestação. “Foi um choque! Fiquei muito assustada, insegura e tive medo. Mas, com o passar do tempo, fui me acostumando (e amando) a idéia. Amando aquele serzinho dentro de mim!”.

Foto: Patrícia Domingos 
O apoio da família foi fundamental para as mamães


Para a bancária Victoria, de 19 anos, que é mãe de Bernardo de 1 ano e seis meses, o susto foi menor, pois desde o início ela recebeu total apoio do namorado e logo em seguida rolou o casamento dos dois. Hoje ela não imagina sua vida de outra forma. “Pensei em desistir, achei que minha vida tinha acabado, mas mal sabia que ela estava só começando”.

Bruna tem 22 anos e quando descobriu que estava grávida sentiu uma mistura de sentimentos. Não sabia se chorava, se dava risada ou se me desesperava. “Não conseguia pensar em nada. Demorou muito até a ficha cair”, conta. Junto com a notícia, Bruna ganhou também um pedido de namoro e assim o casal recém-formados de pais de primeira viagem aguardam ansiosamente a vinda de Bernardo, que está prevista para o início de dezembro de 2014.

As três passaram por momentos difíceis na hora de contar a novidade para a família. Victória assume que sentiu muito medo e só teve coragem porque tinha o apoio do namorado. Já Gabriela não encontrou essa coragem e precisou da ajuda de uma amiga para contar para sua mãe. No entanto, a notícia chegou antes aos ouvidos dela que graças ao instinto materno já sabia de tudo. “Ela disse que já estava desconfiada e que tudo poderia ter sido evitado, mas que iria me apoiar.” Para Bruna, a situação não foi tão complicada assim pois, apesar do susto, a família a apoiou logo de cara. “Estão todos animados e aguardam ansiosamente a chegada do novo integrante da família”.

Quem nunca quis ser mãe ou não sentiu aquela vontade de ter um baby cheirosinho só pra você, que atire a primeira pedra. Com as meninas não foi diferente. A bancária Victória e Bruna assumem que sempre quiseram ser mãe. No entanto, isso não estava nos planos a curto prazo de cada uma delas. Mas Gabriela nunca havia imaginado ser mãe, principalmente naquele momento. No entanto, assume que hoje é uma alegria sem tamanho ter o Davi.

Para Victória, não há idade certa ou estabelecida para ser mãe. Ela acredita que existem muitas mães mais velhas que não fazem o mesmo papel que uma de 18, por exemplo. Já Bruna acredita que apesar da surpresa, sua idade não é tão ruim assim para engravidar. “Não acho que tenha diferença, até acho que minha idade é boa para ser mãe. Para ela, a diferença está em quanto você já esta preparada, planejando tudo isso, ou não, como é o caso dela.

A psicóloga Alessandra Hasen acredita que do ponto de vista biológico, a mulher está preparada para ser mãe a partir da menarca (primeira menstruação). No entanto, o que também deve ser considerado são os fatores emocionais e psicológicos envolvidos na vida de cada mulher, pois não há uma idade certa ou errada para ser mãe. “O ponto principal é a estrutura emocional da mulher que desempenhará o papel de mãe”, explica Alessandra.

Segundo ela, a jovem pode apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento emocional e também de comportamento, caso não tenha toda uma estrutura para receber essa “novidade” em sua vida. Além disso, a falta de planejamento pode trazer alguns conflitos, como intenções de suicídio e quadros depressivos, o que prejudica não só a mãe em questão, mas o bebê também. “É fundamental que essa jovem seja acolhida pela família, pois ela precisa se sentir segura e apoiada para que a gravidez seja confortável e desejada”, afirma.

De acordo com Alessandra, alguns pais podem receber a notícia da gravidez da filha jovem de maneira bastante negativa, já que não houve planejamento e nem a representação da família constituída pelo arranjo familiar instituído socialmente e culturalmente: marido/esposa/filhos. A psicóloga aconselha a família a se estruturar emocionalmente, sendo solidários com a maternidade da filha, reforçando dessa maneira os laços afetivos que são extremamente necessários neste momento. “É importante que haja diálogo nessa nova condição da jovem que será mãe, para que dessa forma todos possam se adaptar a nova situação e receber o bebê de forma tranquila e positiva”, finaliza a profissional.

Foto: Patrícia Domingos 
Bernardo e Davi: as melhores surpresas

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